CONCERT REVIEW: LINKIN PARK REAFIRMA SEU LEGADO E ESCREVE UM NOVO CAPÍTULO “DO ZERO”
“From Zero”, do zero, novamente, outra vez, o novo, o ressurgir para algo diferente, para ir além. Foi exatamente isso que o Linkin Park fez ao decidir dar esse passo.
Para muitos, a passagem da banda pelo Brasil representou a realização de um sonho: ver ao vivo a banda que marcou uma fase da vida e que ainda se faz presente no dia a dia, um conforto que poucos compreendem. Para outros, foi um reencontro, um marco de um novo capítulo na trajetória do grupo com Emily Armstrong, que não apenas celebrou o legado, mas deu vida, do zero, a uma nova fase promissora.
Antes mesmo dos primeiros acordes ecoarem pelo estádio, era nítida a ansiedade que pairava no MorumBis pelo grande momento. Quando o countdown zerou, Linkin Park e a multidão de fãs fiéis ao longo dos anos puderam escrever — em uma ou várias páginas — um espetáculo completo, dividido em atos repletos de emoção e de um público em uma só voz.
E o que dizer de Emily? Ela não veio para substituir, mas para somar, para homenagear e trazer uma nova essência à banda. Há admiração, emoção e respeito à memória e ao talento insubstituível de Chester Bennington. Sua presença ainda gera opiniões divergentes — agrada a uns, a outros nem tanto. Particularmente, me agrada ver que, há alguns anos, a banda não sabia como seguir, e agora, renascida do zero, volta a se fazer presente ao redor do mundo. Mesmo com algumas alterações para adequar a voz, nenhuma canção perde o significado, a intensidade ou a força — marcas registradas do repertório da banda.
Além disso, é impossível falar do espetáculo sem mencionar Mike Shinoda, que marcado pela sua versatilidade técnica, foi um dos grandes destaques dos três shows. Dono de um talento inconfundível, o artista transita entre o rap, o vocal melódico e a produção instrumental, demonstrando completo domínio sonoro.
Sempre carismático, Shinoda se fez ainda mais presente em cada verso, batida e transição, conduzindo o público com precisão rítmica e energia contagiante. Aliás, as interações constantes com os fãs reforçaram a conexão genuína entre artista e fã, uma troca imprescindível que reafirma o papel central de Mike na identidade e na força criativa do Linkin Park.
O show apresentou um perfeito equilíbrio no setlist, equilíbrio esse que a banda deve se orgulhar, pois foi justamente a resiliência que os trouxe outra vez aos palcos. Clássicos hinos como “Numb”, “In The End” e “Faint”— um dos pontos mais altos da noite, quando a arquibancada tremeu e a multidão cantou em uma só voz com toda força e emoção — se misturaram ao novo, com “The Emptiness Machine”, “Up From The Bottom”, “Two Faced” e outros, tornando o show completo e eufórico.

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