Em um mundo prefeito em que todos os dias se repetem, somos aprestados a Barbieland, o mundo paralelo ao mundo real em que todas as Barbies já lançadas habitam, incluindo as que foram descontinuadas mas marcaram a infância de muitos.
Nossa Barbie principal a famosa Barbie Estereotipada (Margot Robbie) nos apresenta o seu dia a dia, com sua rotina linear e continua, onde todo dia ela se repete. Também conhecemos os Kens! Todos estilos de Kens já lançados são nos apresentados. Porém o nosso Ken principal (Ryan Gosling) é o famoso namorado da nossa querida Barbie e sua vida gira em torno dela.
Tudo estava normal na terra das Barbies, até que Barbie começa a ter pensamento um tanto incomuns para uma Barbie. E após isso, acontecimentos “anormais” começam a acontecer com a nossa protagonista que até então era perfeita.
Em um recuso desesperado ela acaba tendo que recorrer a ajuda da Barbie Destruída, que a aconselha a ir em busca da causa dos seus problemas no mundo real, mesmo com medo Barbie embarca nessa aventura acompanhada de Ken.
Esse é ponto de partida para que a trama comece a ir por caminhos diferentes do que era esperado e mostrar para o que realmente veio ao abordar o maior número de temas complexos possíveis. Barbie questiona sua própria história e mescla a jornada de sua protagonista com vários problemas extremamente atuais.
Vale destaque para um determinado momento no terceiro ato do longa em que promete deixar muita gente emocionada. Mas, mesmo assim é comum que mesmo uma cena extremamente emotiva, Greta a coloca seguida de uma piadoca, sempre lembrando ao público de que os personagens que vemos na tela ainda são, na verdade, brinquedos um pouco perdidos pela vida.
E é exatamente em momentos como esse que o longa deixa sua marca, pois acaba gerando uma identificação única com o expectador. Afinal, se a Barbie de Margot Robbie, com a “vida perfeita”, está com problemas, quem somos nós para não tê-los também? Posso adiantar que o longa aborta uma discussão que vai além da boneca e entra em temas como amadurecimento e descoberta da vida.
Greta não teve medo de colocar temas que até hoje são questionados por todos e o melhor é que funcionou. Lógico que o grande mérito é para a dupla de protagonistas Robbie e Ryan, mas, os personagens secundários também tem seu devido destaque e seu carisma destacado. America Ferreira tem um papel de extrema importância no longa, talvez com umas das cenas de maior destaque pra mim.
Barbie veio para consagrar não só a diretora Greta Gerwing, como reafirmar que Margot Robbie e Ryan Gosling podem sim entregar uma grande atuação.
Barbie, ao contrário do que muitos pensam, não é para criança e sim para adultos que precisam pensar e analisar a sua própria vida e o conceito a qual tem por ela. Um filme leve e gostoso e que faz você em poucos minutos já disparar um “Quero ver esse filme novamente!” Acredito que seja um dos maiores longas apresentados esse ano.