Celebrando mais um ano de vida neste sábado (11.06), Di Ferrero é o primeiro artista do nosso quadro de entrevistas exclusivas, e para começar com grande estilo, o cantor falou tudo sobre o primeiro álbum solo Uma Bad Uma Farra. Além disso, na madrugada de hoje, ele realizou um super show de lançamento em São Paulo, com diversos convidados especiais e um público apaixonado, que comemoraram o aniversário dele cantando alto os grandes sucesso e também as músicas inéditas.
O novo disco do Ferrero é extremamente autêntico, com som versátil e parcerias marcantes. Caminhando por diferentes sonoridades, as músicas se misturam entre o pop alternativo e o pop punk, além de outras variações. Mostrando que a mensagem do álbum também se encontra nas melodias, criando assim, uma experiência completa quando esse som se encontram com as letras que compõem cada canção.
Entrevista — Di Ferrero fala sobre processo de criação do álbum, amizades e sonhos. Confira:
OR: Como foi o processo de criação das faixas que compõem o novo disco?
Di Ferrero: O processo de criação foi um pouco diferente do que eu estava acostumado. As músicas foram feitas de um ano pra cá e os shows ainda não tinham voltado, mas eu estava pensando em todas as músicas para um show ao vivo. Tinha música que eu fazia pensando na luz, “essa hora vai dar um blackout”, "essa hora todo mundo vai pular". Foi feito em Floripa, os produtores do álbum foram para minha casa, em vez de eu ir para são Paulo fazer as musicas em um estúdio. Nós pegamos um quarto de hóspedes e fizemos um estúdio/cafofo né? (risos) — Foi algo que me deu a volta para casa, lembrei do meu passado. Foi muito legal isso, de certa forma influenciou também.
OR: Poderia falar um pouco sobre sua experiência em lançar pela primeira vez um álbum solo – afinal, por muitos anos, você esteve na banda NX ZERO? Qual é o sentimento?
Di Ferrero: É uma experiência totalmente nova, é isso que
busco na vida. Sou viciado nessa sensação de experimentar, e um álbum novo e
solo é uma coisa muito grande. Eu devia para mim como artista, em algum
momento da vida, eu queria fazer. Eu já fiz vários álbuns com o NX, mas solo é
totalmente diferente. Muito mais responsabilidade e ao mesmo tempo profundidade. Isso porque, eu estou presente em várias frentes do álbum desde o inicio da música até o final da produção. Estou mais envolvido em tudo,
e sem dividir tanto. Somente dividindo com os Los Brasileros, que são os produtores. Quero dizer, sou o artista do álbum e agora que estou tocando as músicas novas, tudo está fluindo muito bem.
OR: Você já trabalhou anteriormente com os produtores Los Brasileros, como foi a experiência de trabalhar agora, dessa vez em um álbum completo?
Di Ferrero: Bom, eu fiquei muito entrosado desde o começo da minha carreira solo com os Los Brasileros. Nós temos uma amizade, e eu me dei muito bem com eles no estúdio. Eles são os produtores que fazem música pop de vários artistas consagrados, mas que também tem uma vivência do rock dos anos 2000. Eles já tiveram bandas e todos gostam das bandas que eu gosto. Então eles sabem da onde eu vim e sabem aonde podemos chegar. Tudo isso me ajudou muito na hora de colocar as músicas pra fora. O Dan Valbusa, está comigo na estrada, é o meu guitarrista. A gente apelidou a banda como "lente amarela" (risos) — É muito bom, me sinto e casa e continuo com esse conceito de banda.
OR: Em qual momento você acha que a identidade do seu álbum foi definida? Você já tinha uma ideia geral da mensagem que você gostaria de transmitir?
Di Ferrero: A mensagem do álbum foi se construindo. Eu
escrevo muito sobre o meu cotidiano, das coisas que mexem comigo e observo. É
um álbum feito “pós apocalíptico”, naquele momento que a gente não sabia que as
coisas poderiam mesmo voltar, como os shows e o pé na estrada. Então, em cima disso fiz um
álbum pra cima. Tiveram os momentos bads, mas vários momentos de farra.
Para mim é um álbum mais solar, pra cima, no sentido de que jogar as pessoas
pra frente. Tem essa energia de não ficar parado, lavar a alma e sair cansado
do show depois de curtir.
OR: Como tem sido seu processo de criatividade agora em carreira solo? Em comparação ao período da banda, quais foram os seus maiores desafios?
Di Ferrero: O meu processo de criação está basicamente igual
ao da época do NX. Eu começa algumas músicas e outras eram o Gee (Gee Rocha), e gente sentava e
terminava juntos. A diferença é que agora eu também começo as músicas e levo para outras
pessoas. Algumas canções, inclusive levei pro Gee, que fez algumas músicas da minha
carreira solo junto comigo. Nós temos uma amizade muito grande. Para ser
sincero, eu tenho muito escrito muito mais musicas do que antes. O meu leque de composição
abriu muito e fui pra vários caminhos. Eu fiz um álbum inteiro com um alter
ego, que se chama José e já está pronto, mas eu ainda não lancei. Nesse álbum já tem
o Emicida e outros artistas. Uma hora pretendo lançar. Fiz musicas
eletrônicas, até achar um álbum que parecesse com o Di Ferrero, esse cara que tem uma história, mas quer algo novo.
OR: Qual faixa de Uma Bad, Uma Farra mais te emociona? E qual você escuta no último volume? Por quê?
Di Ferrero: No momento a que mais me emociona é SORTE, pela
melodia, pela canção, acho que ela a música mais canção do álbum. A que eu mais
escuto no ultimo volume é POLARIZADO. Ela tem um momento de final de festa e
aborda um tema bem recente, esse momento inflamado na política. Essas duas eu
gosto muito.
OR: Assim como diz um trecho da música “Intensamente”, se permitir sonhar tem que ser um mantra, quais são os seus sonhos ainda para 2022?
Di Ferrero: Meus sonhos para 2022 estão se realizando.
Depois da pandemia, eu achava que meu maior sonho era tocar mesmo, voltar para
estrada. Eu não sabia se isso iria acontecer novamente, que isso era meu maior
sonho. O resto seria um plus, coisas que se acontecessem, seria uma soma. Mas, é aquilo
né, a gente era feliz e não sabia. Com esse novo álbum e indo pra estrada eu já
realizei. Vou tocar no Rock in Rio esse ano, tem bastante coisas incríveis que
irão acontecer. Meu show solo de lançamento, as pessoas indo e lotando, isso pra
mim já e um sonho realizado.
OR: 2022 tem sido um ano generoso, permitindo a volta dos shows e o seu reencontro com o público. Com uma agenda cheia, como você se sente em poder cantar ao vivo novamente?
Di Ferrero: Me sinto no céu! Tem a música "Aonde É O Céu" e que provavelmente agora pra mim, é no palco. Eu achava que seria mais demorado essa volta, eu sei que voltamos em cima de protocolos. Mas, por isso eu espero todos estão lendo essa entrevista, para que possam escutar Uma Bad Uma Farra ao vivo!